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La Niña fraco deve amenizar calor e ajudar na recuperação dos reservatórios

O fenômeno La Niña tem maior probabilidade de se formar entre outubro e dezembro, devido ao resfriamento da região central equatorial. A expectativa é de que ocorra de forma mais fraca e curta, ajudando a espalhar chuvas pelas bacias dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Esse cenário pode contribuir para a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas e reduzir a ocorrência de ondas de calor intensas e prolongadas na primavera, que começa em 22 de setembro.

Segundo a Nottus, há expectativa de chuvas próximas ou acima da média nessas regiões, assegurando a recuperação das vazões e reservatórios do país. Por outro lado, a geração eólica e solar deve perder força nos próximos meses.

“Nos próximos meses, a geração eólica e solar tende a recuar, mas a retomada das chuvas deve compensar essa redução. Esse equilíbrio é essencial para garantir a segurança do abastecimento energético no Brasil”, afirma Alexandre Nascimento, sócio-diretor da consultoria meteorológica, durante apresentação sobre a chegada da primavera.

De acordo com Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus, a tendência de formação do La Niña deve favorecer a recuperação gradual das vazões e reservatórios. A primavera pode começar com episódios de frio, mas menos intensos do que os registrados no inverno, com temperaturas se elevando mais rapidamente, porém com menor risco de ondas de calor persistentes.

Previsão para o Sul

Em agosto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também apontou chance de formação do La Niña entre setembro de 2025 e janeiro de 2026. Se confirmado, o fenômeno tenderia a provocar precipitações abaixo da média no Sul e acima da média no Norte do Brasil.

Apesar dessa influência, durante coletiva de imprensa, a Nottus afirmou que não há risco de estiagem prolongada no Sul, que deve enfrentar frentes frias já no início da primavera. Bacias como Jacuí, Uruguai e Iguaçu podem registrar “boa frequência de chuvas”, cenário semelhante ao da bacia do Paraná — região em que o ONS estuda medidas de preservação dos reservatórios, fundamentais para o suprimento energético.

“Se essa previsão de chuva se confirmar, a expectativa é de recuperação dos reservatórios. Em meados de novembro, os modelos já indicam precipitações em torno da média”, acrescentou Alexandre Nascimento durante coletiva de imprensa.

La Niña e as chuvas

A Nottus reforça que o resfriamento da região central equatorial indica a formação do fenômeno, que deve se estender até o início de 2026. De acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration (CPC-NOAA), a probabilidade de ocorrência do La Niña entre outubro e dezembro é de 71%, com possibilidade de persistência até o próximo ano.

O Modelo Europeu (ECMWF) prevê que outubro marcará o início efetivo do período úmido nas áreas centrais do país. Em novembro, as precipitações tendem a se intensificar no eixo Sudeste Norte, com volumes acima da média em boa parte do território. Em dezembro, o cenário úmido deve se consolidar, com acumulados expressivos do Sudeste até a região Norte e registros significativos também no Sul.

Fonte: Megawhat