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Temperatura do oceano indica possível final do La Niña

Após três anos de presença na região já é possível ver a sinalização de que o fenômeno climático La Niña pode estar chegando ao final. A atualização do sistema de monitoramento da temperatura das águas do Pacífico mostra que todas as regiões em que são medidas a temperatura da superfície do oceano estão em um patamar mais elevado do que meio grau Celsius negativo.

A informação foi revelada pelo meteorologista da Climatempo, Pedro Regotto, em sua participação no CanalEnergia Live desta quarta-feira, 08 de março. Contudo, disse ele, para confirmar a mudança para um estado de neutralidade ou de El Niño, são necessárias duas condições. Uma é a manutenção da temperatura por cinco meses seguidos e a segunda é o acoplamento entre o oceano e atmosfera, que são intrinsicamente ligados para a caracterização do fenômeno.

“Viemos de um período de três anos de La Niña, que tem como efeito a intensificação das chuvas no Nordeste, e consequentemente menos geração eólica, enquanto no Sul um cenário mais seco. No El Niño o efeito é inverso. Se confirmado, podemos ver a retomada da geração eólica com ventos mais favoráveis porque o Nordeste passaria por um período de menos chuvas”, explicou Regotto.

A sinalização mostra patamares de temperaturas mais elevadas do que o limite de 0,5 negativo que caracteriza o La Niña. Em todas as regiões as temperaturas variaram acima desse nível, chegando a até 1,1 grau positivo, acima disso se tem o El Niño. “É um sinal de que caminhamos na direção de sair definitivamente do estado de La Niña”, sentenciou.

Mas lembrou que as condições precisam perdurar para que se confirme essa alteração. Ou seja, é necessário o acompanhamento dos dados. “Mas a tendência é que tenhamos o El Niño”, acrescentou.

“São as águas de março fechando o verão”

O verso da música de Tom Jobim interpretado por Elis Regina está mais claro do que nunca neste ano. Para o encerramento do período mais quente do ano o panorama é positivo para o setor elétrico.

Regotto lembrou que os níveis dos reservatórios estão em patamares elevados. Os mais altos da última década no SIN. Ainda ontem, o Operador Nacional do Sistema Elétrico indicava que o Sudeste/Centro-Oeste, utilizava 79,1% de sua capacidade de armazenamento, no sul o índice era de 85,4%, o Nordeste contava com 86,8% e o Norte com 98,5%.

E a indicação é de que até o final deste mês o país todo deverá ver a continuidade das chuvas, colaborando de forma mais expressiva com a elevação desses níveis.

“Este será um mês em que as chuvas vão acontecer de forma mais expressiva em quase todo o país, no Sul menos expressivo quando comparado com o Sudeste e o Norte do país que serão mais significativas”, apontou.

Já nos próximos dias, ao longo da semana a previsão mostra formação de uma zona de convergência de umidade que afetará o sul do Mato Grosso do Sul, o Paraná e o oeste de São Paulo. Essas regiões estão em uma área mais propensa a problemas com ventos e raios. Em termos de Energia Natural Afluente, é esperado o aumento na região conhecida como incremental de Itaipu.

Fonte: Canal Energia