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Sudeste fecha março com volume de 35,3% e não recupera marca de 2020

Os reservatórios do submercado Sudeste/ Centro-Oeste terminaram o mês de março com volume de 35,3%. A comparação com os níveis do mesmo mês no ano passado mostra que a situação na região é bem mais adversa que em 2020. Naquele ano 2020, os níveis ao fim de março eram de 51,3%, bem acima do registrado atual.

Na região Sul, que no ao passado encerrou março com a marca de 17,2%, em um ano conseguiu se recuperar e registrar volume de 61,6%. O Nordeste também demonstrou queda nos níveis, saindo dos 79,3% em 2020 para 68,5% este ano. Já o Norte foi outra região que registrou em março a hidrologia melhor que a de 2020, quando fechou o mês com volume de 71,6%.

O mês de abril começa a dar forma ao período seco, caracterizado por uma menor intensidade de chuvas, diferente do que tradicionalmente acontece no período úmido, que termina por volta de dezembro e termina em março. A primeira revisão do Programa Mensal de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico indica uma redução no volume de energia natural afluente em quase todo o país. Apenas a região Norte deverá ter melhora de 89% para 94% da média de longo termo.

O fenômeno climático La Niña, que representa a redução da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, segue perdendo força. Há uma tendência de que a região entre em neutralidade, o que significa que ela não vai ser afetada nem pela La Ninã nem pelo El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal das suas águas, seguido por ventos alísios mais fracos. A perspectiva do Climate Prediction Center indica há chance de 62% de transição do La Niña para a neutralidade, ficando assim durante o outono e inverno 2021.

De acordo com Gyslla Vasconcellos, head de modelagem climática e inteligência climática da Mercurio Comercializadora, ao analisar um período longo, a neutralidade sempre traz chuvas abaixo da média, mas não em situação tão ruim como a ocasionada pela La Niña. Porém ela lembra que nos últimos seis anos os volumes de chuvas são os menores. Em 2014, um ano de neutralidade, foi um dos de hidrologia mais severa, que trouxe fortes consequências na época para a operação. “Hoje o sistema é outro, mas é interessante quando olhamos os dados, vemos a similaridade e essa baixa nos reservatórios que temos hoje”, avisa.

A neutralidade traz uma imprevisibilidade grande para o sistema. A falta de um período úmido capaz de recuperar os reservatórios pode fazer com que o período seco vire um elemento complicador para o sistema. A executiva prevê que o elemento da neutralidade agora pode dificultar mais ainda o tempo seco .”Como estamos entrando em um período seco em baixa grande nos reservatórios e não tivemos um período úmido suficiente, poderemos ter um período seco bastante difícil”, observa.

Fonte: Canal Energia